Os sabores e aromas de bebidas, em geral, podem ser alterados pela presença de acetaldeído, seja proveniente do ambiente, do próprio produto e/ou do material de embalagem utilizado. Do ponto de vista de contaminação advinda do ambiente, as fontes podem ser diversas, tais como: combustão de madeira, torração de café, fabricação de ácido acético e acetato de vinila a partir de etileno, dentre outras. A síntese ou formação no próprio alimento provém, também, de diferentes vias, principalmente pela oxidação primária do etanol ou álcool etílico e dos processos de fermentação para a produção de alimentos e bebidas.
O acetaldeído é um líquido volátil, incolor e de odor pungente. É miscível em água e em diversos solventes, sendo que em concentrações diluídas apresenta aroma de fruta cítrica. Os sinônimos mais comuns do acetaldeído são etanol, aldeído acético, acetilaldeído, etilaldeído, dietilacetal e 1,1 - dietioxi-etano.
Conforme descrito por TAYLOR (1986), o acetaldeído é um produto originado da oxidação do álcool etílico e está presente em diversos alimentos acondicionados, águas e bebidas, em geral. Entretanto, determinados níveis desse composto em alimentos podem ser indicativos da ocorrência de termo degradação durante a fabricação da embalagem ou devido à alteração de sabor e aroma dos produtos pela composição química, podendo comprometer a estabilidade dos mesmos.
Implicações em embalagens
Os sabores e aromas de bebidas carbonatadas, não carbonatadas, águas minerais e vários outros produtos alimentícios podem ser alterados pela presença de acetaldeído proveniente da embalagem plástica de PET, seja em frascos, potes, garrafas ou garrafões. Atualmente, com a crescente utilização de embalagens de PET em diferentes segmentos de mercado, tais como águas minerais, bebidas isotônicas, chás, sucos de frutas, óleos comestíveis, molhos e temperos, alimentos complementares, geleias, doces em geral, produtos de higiene e limpeza e cosméticos em geral, o conhecimento em relação à presença do acetaldeído proveniente de embalagens torna-se cada vez mais importante. Conhecer o mecanismo pelo qual este composto interage com alimentos e bebidas afetando de certa maneira a estabilidade dos produtos é de fundamental importância para fabricantes de embalagens, alimentos e bebidas. Em algumas situações particulares o acetaldeído promove alterações de aroma e sabor pela simples mudança da característica natural de bebidas e também pela interação com componentes químicos presentes nas diferentes formulações de bebidas, afetando sensivelmente a estabilidade dos produtos acondicionados.
O acetaldeído em solução aquosa apresenta equilíbrio na forma hidratada [H3CCH(OH)2], sendo que o grau de hidratação diminui com o aumento da temperatura. A respeito dessa afirmação, BELL & CLUNIE (1952), relatam que a 0°C a fração de acetaldeído hidratada é 0,73 e a 25°C é de 0,59. Nota-se que a temperatura exerce função importante nessa reação. Trata-se de um di- álcool, composto facilmente dissociável, novamente formando acetaldeído, em temperaturas mais elevadas.
O acetaldeído aparece como um subproduto do termo degradação da resina de PET, através de grupos terminais hidroxi-etílicos e/ou via decomposição de ligações ésteres, de acordo com o mencionado por COFFMAN (1988), durante a fusão da resina a aproximadamente 270°C e devido ao atrito no interior do canhão da injetora associado com o tempo de exposição na temperatura de fusão. Basicamente, os dois mecanismos citados acima explicam a formação de acetaldeído pelo termo degradação da resina de PET.
O acetaldeído formado no processo de injeção de pré-formas permanece retido na estrutura polimérica predominantemente amorfa e após o processo de sopro, difunde-se através da parede da embalagem a uma baixa taxa de difusão, manifestando-se nos produtos acondicionados, conforme abordado por DONG et al., (1980).
É possível produzir uma resina de PET para embalagens com baixos níveis residuais de acetaldeído, mas não é esse residual proveniente da polimerização nas fases líquida e sólida que provoca alterações nos produtos acondicionados, mas sim aquele gerado durante a fusão da resina para produzir as pré-formas ou embalagens finais, dependendo do processo a ser utilizado. Portanto, há que se controlar o processo de injeção no qual a resina fica exposta a elevadas temperaturas por tempo prolongado.
Além do fator tempo de permanência na temperatura de fusão, outros fatores são responsáveis pelos níveis residuais de acetaldeído encontrados em garrafas de PET, tais como: tipo e formulação da resina, tipo de equipamento, desenho da rosca da injetora e as condições de transformação.
Para reduzir os níveis de acetaldeído aos limites toleráveis durante o processamento, a DRY COLOR® recomendada o uso do LIQUIDPET ADITTIVE REDUTOR DE AA. Desenvolvido para embalagens em contato com alimentos, tais como água mineral, lácteos e outros, não influencia na cor da embalagem e pode ser sozinho ou em conjunto com outros pigmentos. É um aditivo sustentável, e a embalagem PET produzida com o LIQUIDPET ADITTIVE REDUTOR DE AA pode ser reciclada normalmente junto das demais embalagens.
Fonte/Referência: ANJOS, C. A. R. NFLUÊNCIA DO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO NA GERAÇÃO DE ACETALDEÍDO E NÍVEIS RESIDUAIS EM EMBALAGENS DE POLI (ETILENO TEREFTALATO) (PET) E EM BEBIDAS - ARTIGO DE REVISÃO -. Brazilian Journal of Biosystems Engineering, Campinas, ano 2007, v. 1, n. 3, p. 277-29, dez. 2007.
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