A reciclagem é o processo de coleta de resíduos, transformando-os novamente em matéria-prima e processando-os em novos produtos.
A incrível magia de transformar lixo em produtos úteis novamente é o que tornou a reciclagem tão popular desde basicamente sempre. Imagine isso: o primeiro uso documentado de reciclagem remonta a 1031, quando o Japão começou a reutilizar papel usado. Bastante incrível, certo?
O processo de reciclagem pode acontecer de três maneiras diferentes, mas todas elas têm três etapas em comum:
1. Recolher e separar os materiais recicláveis dos resíduos.
2. Aplique um dos três procedimentos conhecidos (vamos explicá-los em breve) ao resíduo e reverta-o em matéria-prima.
3. Transforme a matéria-prima em um produto acabado novamente.
RECICLAGEM MECÂNICA
Um dos métodos mais utilizados globalmente para dar novos usos aos resíduos é a reciclagem mecânica. Este método é usado para reciclar plásticos, papel e vidro. Os resíduos de todos esses materiais são transformados mecanicamente em novos materiais sem alterar suas estruturas químicas.
A reciclagem mecânica é o processo de tornar os resíduos plásticos úteis por processos como moagem, lavagem, separação, secagem, granulação e composição.
A maioria da reciclagem de plásticos em todo o mundo acontece por meio da reciclagem mecânica. Idealmente, este processo permite reciclar um material de volta para a mesma aplicação (referido como “circuito fechado”), assim como acontece com o vidro. No entanto, existem outros materiais plásticos, que após serem reciclados mais de uma vez, perdem qualidade, portanto, são degradados. Isso se traduz em decrescente qualidade dos produtos finais. Referimos a isso com o termo “reciclagem em cascata”.
Um bom meio de exemplificar, é de uma garrafa PET reciclada em um filme plástico. O filme plástico é reciclado e pode ser usado como material de vestuário (uma aplicação sem contato direto com alimentos) sendo então reciclado para embalagem (não alimentícia). Como você pode ver, essa cascata geralmente está na direção da qualidade. Isso significa que, embora a reciclagem mecânica possa recuperar muito plástico e dar-lhe uma segunda ou terceira vida, ela acabará por diminuir com a vida útil do plástico quando sua qualidade não for boa o suficiente para outra etapa. Evidentemente a cada dia as tecnologias de reciclagem avançam e cada vez mais vem se obtendo materiais reciclados de alta qualidade com a possibilidade de serem utilizado em aplicações mais críticas.
Na etapa de granulação da resina reciclada é muito comum a adição de pigmentos, corantes e aditivos que visam corrigir o possível amarelamento, pigmentar uniformemente e aditivar para auxiliar no processamento do polímero reduzindo o estresse sob o mesmo. Saiba mais…
RECICLAGEM QUÍMICA
A Reciclagem Química é uma tecnologia relativamente nova que promete trazer de volta o material de qualquer uma das etapas da cascata até o material bruto e de alta qualidade que tínhamos no início do ciclo. A reciclagem química é, na verdade, o termo genérico para vários processos diferentes. Esses processos diferem na forma como quebram os polímeros, as grandes moléculas que compõem os materiais plásticos.
PIRÓLISE
O primeiro processo de Reciclagem Química é a pirólise. A pirólise é um processo no qual os polímeros são aquecidos na ausência de oxigênio. Durante esse processo, os polímeros se quebram em partes menores e se comportam como um tipo de óleo. Sob condições adequadas, a fração de óleo sintético obtida é muito semelhante à nafta petroquímica e pode ser utilizada como matéria-prima na indústria petroquímica para a fabricação de produtos químicos, borracha sintética e diversos plásticos.
GASEIFICAÇÃO
O segundo processo possível é a gaseificação. Envolve o aquecimento de polímeros, mas neste caso, na presença de oxigênio e água. O produto final aqui é uma mistura de gases que pode ser usada como matéria-prima na indústria química.
DESPOLIMERIZAÇÃO
Por fim, temos um processo chamado despolimerização (possível apenas para certos tipos de plástico). Este processo reduz os polímeros em monômeros para que a saída não seja uma fração de petróleo ou gás, mas um material de partida diretamente para a produção de novo plástico.
Com a reciclagem química, você volta ao material a condição de matéria-prima, então precisa de outra polimerização para criar o plástico.
RECICLAGEM DE ENERGIA
A terceira opção é a reciclagem de energia. Essa abordagem só funciona com resíduos plásticos e consiste em converter o plástico em energia térmica e elétrica aproveitando, por meio da incineração, a energia térmica liberada por esses materiais na forma de combustível. A reciclagem de energia é muito popular em alguns países, pois permite otimizar o espaço disponível em cidades densamente povoadas com pouco espaço para aterros. Esta solução é amplamente utilizada na Europa e no Japão, mas requer investimentos pesados.
Nos anos 70 e 80, a reciclagem de energia costumava ser vista negativamente devido às emissões que produzia. Hoje, foram estabelecidas regras mais claras para que os equipamentos de incineração funcionem corretamente e garantam que as emissões sejam mais ecológicas. Por exemplo, usinas de incineração de resíduos recém-criadas para reciclagem de energia usam catalisadores para reter as emissões.
CONCLUSÃO
Seja mecânico, químico ou energético, a reciclagem é a opção mais ecológica que temos para tratar nossos resíduos. E isso traz uma economia incrível: de fato, reciclar uma tonelada de plástico pode economizar: 5.774 kWh de energia, 16,3 barris de petróleo e 30 metros cúbicos de espaço em aterro. Comparado com a quantidade de energia usada na criação de materiais virgens, cerca de 80% de energia no processo é economizada. Bastante notável, certo?
Então vamos continuar conscientizando e reciclando, para cultivarmos um ecossistema mais sustentável.
Fonte: Plastics for change
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